Ja eu sinto que cresci rápido demais. Com responsabilidades e cuidados demais. Imagino as crianças de agora. Estão a perder a imaginaçao. Já não conseguem se entreter com uma caixa vazia, uma folha de papel e uns lapis coloridos. Conhecem poucos jogos/brincadeiras de grupo. Vão perdendo a imaginaçao. As bonecas e os carrinhos cedo demais se tornam brinquedos de bébes. Os pais nao os deixam andar ao ar livre, brincar com a terra, rir, dar gargalhadas até nao poder mais. Querem os meninos como robôs (faz me lembrar a publicidade da skip) que nao se sujem, nao tenham gestos infantis. Orgulham se que se comportem como adultos quando nao o sao.
Têm tanto tempo para ser adultos. O tempo nao volta atrás.
Sei que a disponibilidade é pouca dos pais. Esta vida é um ciclo vicioso que se precisa de dinheiro e a todo o custo. Os brinquedos que as crianças querem sao carissimos. Nao poderiam os pais evitar dar-lhos e ajudarem nos a estimular a imaginaçao? Criando ou fantasiando brinquedos baratos ou algo que já tenham!! Concordo que é dificil porque a sociedade está com esta mentalidade. So que se todos agirmos assim, a sociedade nao muda.
Quero que as crianças de amanha tenham recordaçoes das brincadeiras, do mimo dos pais, do colo da mae, de uma familia unida e presente, do leite ao deitar.
Tenho poucas ... fazem me falta.
E eu que hoje sou "pequenino" vêm-me à memória as brincadeiras do antigamente. Como era feliz!
Tanto lugar pacífico e ignorado, abruptamente abrasado, revolucionado pela nossa louca fúria.
Vítimas incontáveis e ridicularizadas, por bêbados desvairados, à procura da sua sombra.
O striptease das meninas que faziam a primeira comunhão, a tourada nos aristocráticos jardins do palácio de Queluz, o enjaulamento no jardim zoológico do proprietário do Bogotá, a corrida maluca de carro através de Albufeira, o fogo de artificio no cemitério dos Prazeres.
Os estridentes vómitos e flatulências do meu amigo no hotel Tivoli de Sintra, após um belo repasto, acompanhado de um bom e muito vinho.
Enfim uma farra por mês, uma purga tanto física como moral.
Este era o retrato de dois pseudo-artistas frustrados com o mundo e com a vida.
Relembro uma entrevista, não sei para que jornal, que uma jovem jornalista me fizera, devido à instabilidade provocada pelo fogo de artificio no cemitério.
Claro que estivemos com os costados na tarimba da esquadra da Polícia durante uns dias, mas o gozo valera a pena.
Lembro-me de uma jovem me perguntar:
- Qual o motivo que o levou a fazer tal coisa?
- O ímpeto.
- Nem mediu as consequências de tal acto?
- Não! Apenas me apeteceu…
- Quando acabar os estudos o que gostaria de ser
- Gangster, menina. Al Capone... conhece? Vem no dicionário. Estudar provoca doença.
- Que tipo de doença?
- Doença de tudo. Doença da alma, da cabeça e da própria consciência.
- Qual o seu remédio?
- Não existe remédio, boneca…
- O senhor é um anarquista.
- E a menina, uma grande burra!
Beijos sonhadores
De
sAndRa a 14 de Março de 2008 às 15:56
Ja conhecia este exerto, ja me tinha colocado. É engraçado.
beiju
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